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quinta-feira, 30 de junho de 2011

De bom tamanho


Recentemente me vi refletindo sobre o que realmente tem de ser grande em um homem. Altura ou caráter? Pênis ou atitude?.
Sempre achei esteticamente desarmônico um casal em que a mulher é mais alta que o homem. Parecia que o coitado não ia dar conta daquela mulher toda. Achava que o parceiro ideal tinha que ter no mínimo 13 cm a mais de altura que a mulher. No meu caso, meus 1,67 de altura mais os 10 cm mínimos do salto = 1,77. Se o meu feliz eleito tivesse mais de 1,80 eu ia poder usar qualquer salto e ele ia ficar mais alto que eu. Quando eu estivesse de sapatos baixos ia ficar na pontinha do pé para beijá-lo. Isso sem contar que homem grande tem as costas e o peitoral largos. Que maravilha poder se aconchegar no corpo dele. Homens grandes tem as mãos grandes, quer coisa melhor que ser pega pela cintura por uma única mão cheia de dedos, gana e atitude?
Tudo isso é muito bom, mas mesmo assim conclui que altura e pênis, mesmo sendo boas idéias, não são vitais!
Logo eu que sempre fui defensora da fartura em uma anatomia masculina. E como se não bastasse todo este pré conceito ainda chamava carinhosamente de “abatumados” os desprovidos de altura!

Mordi a língua! Ah e como é bom morder a língua em algumas situações. As traquinagens do destino me fizeram rever alguns conceitos e logo conclui que existe sim uma coisa muito melhor que um homem grande, batizei esta nova conclusão de homens de bom tamanho. Um homem de bom tamanho deve ter cerca de 7 centímetros a mais que a mulher. Ou seja, o suficiente. Homem não tem que ser alto tem que ser funcional. E quer funcionalidade melhor que ficar quase da altura da boca para beijar sem que ninguém precise cansar o pescoço? Ou ficar na altura dos olhos para olhar bem fundo?
Um homem de bom tamanho se encaixa perfeitamente na hora de dormir e na hora de abraçar. O pé de um homem de bom tamanho é uma coisa bem humana, tipo 40, dá para roubar o chinelo e as meias dele se necessário. Dá para alcançar o pescoço para sentir o cheirinho a qualquer momento.
Homem de bom tamanho pega com as duas mãos, pois as duas normalmente cabem na cintura da mulher, e ser pega com as duas mãos significa, dedos, gana e atitude em dobro!
Isso sem contar que a energia fica condensada no corpo de menor estatura e normalmente se manifesta de forma intensa!

Mudei para melhor os conceitos sobre aquilo que eu chamava de “meu número”. Fiquei mais tolerante e passei a perceber que tamanho nada tem a ver com caráter e atitude.
Grande tem que ser a vontade de estar ao lado da mulher. Grande tem que ser o carinho, o sentimento, a disposição, o prazer, o desejo, o respeito, o diálogo e outros valores que engrandecem a relação.
Eu como desejo muito mais ser surpreendida, bem tratada, respeitada e instigada, fiz minha escolha: um exemplar tamanho M para mim, por favor!


segunda-feira, 27 de junho de 2011

O lado B da solteirice

Recentemente redescobri uma prática das mais legais oferecida pela tecnologia durante minha adolescência. Aderi a um plano de torpedos infinitos oferecido pela minha operadora de celular e recriei o hábito de mandar torpedos.
Eis que em resposta a uma das minhas mensagens, uma amiga querida e pra lá de inspirada me envia o seguinte:
“estamos em junho! Mês dos casais apaixonados que estão juntos e dos casais apaixonados que não se encontraram ainda!”
Casais apaixonados que não se encontraram ainda! Adorei e muito me identifiquei! Eu sou solteira a bastante tempo. Solteira assumidamente feliz. A solteira oficial, daquelas que ninguém espera que saia deste posto tão cedo.
Certa vez li um texto do Arnaldo Jabor que ele expunha uma visão pra lá de poética sobre a vida de um travesti:
“O travesti é um ser sem par na sociedade...”
Eu também me identifiquei com tal colocação; um ser sem par na sociedade. O solteiro é o impar! Solteiro tem que ter humor, porquê solteiro depressivo ou carente não dura muito tempo em posto nenhum. Solteiro é quem mais consome chocolate. É quem mais compra e adota animais. É a companhia solidária. É quem proporciona jantares românticos aos amigos sendo a vela da noite.

Mas nem tudo é tão ruim. Enquanto irmãs e amigas quase completam bodas por anos de namoro o solteiro tem tempo de sobra para se auto conhecer! Para se descobrir e entre descobertas abrir portas (e janelas) para que alguns passantes entrem e façam parte da sua história. Enquanto os outros namoram os solteiros podem ter affair. O affair é quase uma lua de mel. Ser breve é sua principal caracteristica. O affair é aquele que aparece nas fotos românticas que são postadas em uma semana e que podem sumir na outra. O affair é aquele que mora longe e que dificilmente pode virar uma relação. O affair é aquele que promove suspiros , sorrisos e lembranças. Viver um affair (ou dois ou dez) é tão gostoso quanto ter uma relação longa ao lado de alguém que se ama.

É bom ser solteira, se auto descobrir, se auto divertir, encarar com humor o papel de vela oficial dos jantares românticos e vivenciar histórias as vezes breves as vezes não.
Junho ja está no fim mas é importante lembrar de que todo mundo é um casal apaixonado, as vezes apenas por distração não encontrou o outro lado da paixão ainda!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

As delicias que ele traz,

Ele vem chegando e todo ano é pontual. Há muitos que não gostam, assim como há muitos que esperam sua chegada. Ele deixa os dias mais cinzas e as pessoas ficam mais charmosas. Casacos, mantas, botas, luvas e chapéus, nos vestimos especialmente para ele.
Ele sugere gastronomia. Fondue, massa, sopa, chocolate, vinho, brigadeiro de panela. Paneladas de brigadeiro, pipoca, pão de queijo. Pinhão e quentão.
Ele pede aconchego, edredom, pijama, lareira. Ele nos transporta para a serra ou em dias de sol para o parque munidos de bergamota. Para alguns proporciona dignas férias. Para outros indignas noites de frio.
Frio combina com cobertor. Doar cobertor para quem precisa. Doar agasalhos também. Cobertor de orelha para quem tem. Para quem não tem há estufa, pantufa e bolsa de água quente. Para quem não anda de bem com ele tem gripe, resfriado, rinite, xarope, lenços de papel ou até injeção na bunda.
Ele faz uma combinação perfeita com calor, calor preferencialmente humano. Andar de braços dados na rua, sentar em volta da lareira, jantares na casa de amigos, trocar abraços, dormir abraçado, acordar mais abraçado ainda. Ele combina com romance ao vivo para quem estiver disposto ou na tela do cinema para quem quiser. Aaah inverno. Eu gosto de ti! Me afinei contigo, deixo o frio lá fora e aqui mantenho aquecido o coração, os desejos e a esperança de que nos teus 3 únicos meses o que não for do bem fique congelado em algum lugar onde não possa perturbar. Durante a tua estada só desejo que alguma forma de calor possa me acompanhar! Vem logo!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tchibum!

Recentemente fiz alguns resgates em minha memória de algumas das incontáveis histórias que protagonizei na infância.
Um delas deve ter acontecido no verão de 91 nas piscinas no Caiçara Piscina Tênis Clube da minha querida cidade natal.
Eu era uma péssima nadadora, minhas irmãs freqüentavam assiduamente a piscina adulta enquanto eu ensaiava mergulhos na piscina infantil. Meu mergulho era assim: gritava “ manheee, vou mergulhar” caso eu me afogasse alguém ia estar atento para me resgatar. Após o aviso sonoro e tampava o nariz com a mão direita e enfiava rosto na água, quando sentia que a metade dele já tinha sido imersa retirava rapidamente o rosto da água e com a mão esquerda já ia tirando o excesso de água dos olhos, localizava a mãe de volta e mais uma vez gritava: “Viiiiu mãããe, mergulhei”!

Preocupados com minha precária intimidade com a piscina meus pais me matricularam na natação. E lá fomos minha irmã mais velha que no alto dos seus 8 anos já era excelente nadadora e eu. Não lembro quanto tempo de aula tivemos, mas lembro da intimidade que criei com as argolas que tinham na borda da piscina. Minha irmã saltava na parte funda, descia no escorregador, mergulhava com o corpo inteiro dentro d água e o mais incrível, sem tampar o nariz. Enquanto eu ficava na borda olhando de longe a evolução dos coleguinhas e morrendo de medo de me soltar, não “dar pé” e me afogar. No dia da formatura da natação lembro que meu pai foi lá conferir de perto o resultado do investimento. Minha irmã foi uma das melhores da turma, mas aposto que ele deve ter ficado muito orgulhoso de mim, pois fui a ÚNICA tartaruga da turma! Enquanto as outras crianças eram peixinhos, tubarões e sereias eu era a tartaruga. Por este motivo durante um bom tempo fui alvo de piadas na família.

Passado o episódio da natação voltei a piscina e um tempo depois passei a freqüentar a piscina dos adultos com um lindo par de bóias! Eram duas horas dentro d’água tentando seguir minhas irmãs em suas incríveis façanhas aquáticas. E como água dá fome era meia hora entre nega maluca, suco de uva natural e os pasteizinhos da vó. Minha avó fazia o melhor pastel de carne do mundo. Do tempo que eu comia carne e fritura. Após o lanche era uma hora de espera para voltar a água. E nunca se passava essa uma hora. Triste era ver as amiguinhas chamando para acompanha-las no mergulho e ter de ficar lá sentada embaixo do guarda sol contando os minutos para vestir minhas bóias da turma da Mônica e cair na água novamente!

Bons tempos! Hoje tenho certeza que a única coisa melhor que ser criança é ter memória para lembrar de tudo depois!