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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Assim nascem os amantes!



A paz e o prazer já haviam pedido licença daquele ambiente. Um se sentia sufocado, o outro angustiado. Não dava mais! O que era para ser feliz e saudável estava se tornando cada vez mais uma fonte de infelicidade. A melhor solução é o ponto final. Estou indo, tchau. Tchau!
Essa foi a decisão para ambos voltarem a dormir e acordar em companhia da paz.


Alguns dias depois, os pensamentos que causavam angustia já haviam silenciado. E o prazer passou a ser encontrado ai, no silêncio da mente e na leveza do coração. O mundo continuou dando suas voltas, e durante uma delas se manifestou em ambos o desejo de novamente estar. Já desprovidos de obsessões e posses foram ao encontro um do outro. 
Despiram-se de tudo aquilo que haviam deixado para trás e se entregaram por inteiro ao que melhor guardavam um pelo outro. 

Ao se desconectarem descobriram sua melhor conexão. Ao decidirem não mais estar, descobriram o quão bom é estarem juntos. Porém, sem expectativas, sem pressão e sem esperar pelo dia seguinte. Entregues ao momento e a fazer daquele momento o melhor para os dois. As coisas que um desejava e o outro não tinha mais motivação para fazer, naquele momento foram feitas de boa vontade. O carinho, o cuidado, a delicadeza das atitudes e o tom de voz brando se fizeram presentes naquela cena de plena cumplicidade.


As relações tem umas situações engraçadas. Não fazer o melhor para mim também é uma forma de não fazer o melhor para o outro. A obrigação gera a espera por uma recompensa. Uma relação saudável requer esforços pelo coletivo. Relação, necessita de doação. Mas doação espontânea, sem a errônea expectativa de uma recompensa. Espontaneidade gera espontaneidade. Espera por recompensa gera é frustração.
E ninguém se sente feliz quando está frustrado. Com a frustração vem a angústia. Com a angústia vem a pressa em reverter o quadro e essa pressa é a responsável para que ponhamos abaixo todas as coisas boas de estar ao lado de alguém. 


Ponto final nem sempre é a decisão mais inteligente. Algumas histórias precisam apenas de reconfiguração e limpeza. Necessitam que sejam jogadas fora todas as expectativas. E que ambos estejam abertos e entregues ao estar. E que este estar vigore no tempo dele.

O erro já foi reconhecido. A situação angustiante já faz parte do passado. Hoje quero de ti o mesmo que tenho a oferecer. Meus 5 sentidos, desprovidos de expectativas e minha mente livre de angústias. Aproveita-me, farei o mesmo com você. Hoje, mais do que nunca, seremos amantes.


domingo, 23 de setembro de 2012

É primavera!




Todo ano ela chega pontualmente, de mansinho, sem esperar que alguém repare, mesmo sendo impossível não ser notada. Chega sem pretensão de conquistar, até porque já tem lugar cativo na vida de todos. Ela é a única que oferece flores sem esperar nada em troca e sem ter uma data especial para isso. Oferece não só flores, mas também beleza, colorido e perfume. Ela proporciona uma festa aos sentidos. Enfeita a paisagem, colore a alma, e mesmo não sendo miss universo, ninguém consegue concorrer com a beleza dela. 

Ela também vem para lembrar que é tempo de florescer. Para ver florescer é preciso colocar as sementes na terra, adubar, regar e cuidar. É um caminho longo e delicado, exige comprometimento e dedicação. Primavera também é tempo de cuidar dos jardins, ao invés de ficar de braços cruzados e esperar que alguém oferte algo. Cada um de nós é responsável por fazer florescer na alma o que alegra. Cada um é responsável por fazer florescer a sua primavera. 


domingo, 16 de setembro de 2012

Antes do próximo capítulo!


Então, todas as emoções vieram parar dentro de mim. Eram 50 corações, cada um pulsando ou querendo parar de pulsar por um motivo. A mente fervilhava de idéias. O anjinho e o diabinho, cada um pousado sobre um lado do ombro querendo dar conselhos. Um dizia: seja forte, passe por cima dos detalhes. O outro dava potência aquilo que o anjinho via como detalhe. Até que Pssssssssssss! Silêncio! Parem todos! Saiam já daqui. Quero que fique somente a serenidade e a sensatez. Neste momento nem a razão nem a emoção são bem vindas, já que cada uma quer que seus interesses sejam priorizados.

E assim foi. Todos foram acalmando. Os 50 corações passaram a ser novamente um só, para cumprir com as funções vitais. As emoções e a mente foram serenadas. O anjinho e o diabinho voltaram para onde nunca deveriam ter saído. A razão e a emoção ganharam o dia de folga. Era somente a sensatez e eu. E juntas colocamos tudo no papel. Tudo o que incomodava, bem como o que era vital para a felicidade. Refletimos sobre nossos desejos e necessidades e concluímos que para ir mais longe é preciso aliviar a bagagem. Carregar muito peso deixa os passos mais lentos e reduz significativamente a disposição para seguir em frente. E não foi fácil escolher o que deveria ficar para trás. Há coisas que carregamos há tanto tempo, que nem sabemos mais o porquê de fato aquilo foram inseridas na bagagem. Carregar medo, só serve para tirar o espaço da constantemente necessária coragem. Quando se acumula rancor, só se colhe dores de cabeça e essas dores tornam a locomoção ainda mais lenta. É preciso se desprender do passado, para abrir espaço para as coisas novas do presente. Antes de seguir em frente é necessário olhar para trás, para ver se não ficou nada fora do lugar. Afinal, o mundo gira o tempo todo, e numa das tantas voltas que a vida dá, pode ser que alguma pendência do passado role para o futuro e se torne um obstáculo desnecessário.


Antes de decidir o roteiro dos próximos capítulos é necessário colocar todas as idéias no lugar. Medir as perdas e os ganhos consequentes das decisões que serão tomadas. Lembrar que a ansiedade, a pressa e a cabeça quente não ajudam ninguém a fazer escolhas inteligentes. Saber que a razão e a emoção são responsáveis por decisões diferentes e para isso é preciso serenar a mente e o coração. Nestas horas, a sensatez costuma ser uma excelente conselheira.

Um próximo capitulo só inicia de fato quando o outro já está encerrado. Não há como virar a página com os personagens do capítulo anterior ainda em cena. Felizmente nem todas as histórias vão terminam com “viveram felizes para sempre”. Pois o sempre, um dia acaba. Por isso, o melhor desfecho ainda é o “seguiram em frente” e para isso, é preciso aliviar a bagagem!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Homens bonitos?

Sempre tive uma tendência afetiva para com homens desprovidos de beleza óbvia. Não que eu me atraia por bichinhos da goiaba, patinhos feios e caridades afetivas. A atração é na verdade, por descobrir aquilo que não está visível aos olhos de qualquer um.

Quando o homem é bem provido de beleza óbvia, ou em bom português, bonito, causa furor e gera interesse, ás vezes sem nem precisar abrir a boca.
Essa tendência dele a seduzir sem precisar se esforçar muito, faz com que involuntariamente nos interessemos sem ir a fundo. Um convite feito por um bonitão tem muito mais chances de ser aceito do que um convite feito por um “esteticamente desprivilegiado”.
O gato faz bonito, literalmente, em qualquer lugar. Ele fica bem nas fotos para as redes sociais. As amigas veem e comentam:
“Viu só o bofescandalo da fulana?”
O moço também faz sucesso nos eventos da família, as avós e tias não vão perder a oportunidade de dizer: “Teu namorado novo é um pão!”
O bonitão tem tudo ali, pronto, é só contemplar e suspirar.
E se não houver disposição dele em mostrar que tem outras qualidades, ou dela em desvendar o que está além do alcance da visão, o encanto se perderá rapidinho.

É muito mais instigante alguém que não deixa suas qualidades só estampadas na cara.
Pode ser que a primeira vista o desprovido de beleza óbvia não desperte interesse. Mas aos poucos os olhos vão se acostumando e vão passando a perceber que mesmo o conjunto não sendo muito harmônico, algumas partes tem seu charme.
Ele pode estar um pouco acima do peso, o nariz pode ser avantajado, a pele não é a mais bronzeada e o porte dificilmente será atlético. A baixa atração visual instiga a busca pela descoberta de outras virtudes. A carência de atributos físicos, leva a crer que as pessoas que não foram contempladas com aquele pacote estético de capa de revista, estão mais predispostas ao conteúdo, ao bom humor e a surpreender. Quer coisa mais gostosa que a companhia de alguém que surpreende e arranca sorrisos?
Esses detalhes são os que realmente conquistam e mais do que isso, são os que mantém.


É importante sermos seletivas e exigentes, e é bom também não descartarmos aqueles denominados feios. Independente da cara ser bonita ou não, do corpo ser atlético ou não, para estarmos ao lado de alguém de verdade teremos que ir além do que está visível aos olhos.

O que vale a pena em alguém não é só o que vemos, mas sim os sentimentos e reações que elas nos despertam.

E convenhamos, beleza sozinha só serve para decoração.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Depressão Mirim



Tenho muito presente na minha memória uma cena assombrosa da minha infância. Aos 6 anos eu estava na primeira série, em minha terra natal, Cachoeira do Sul, minha mãe trabalhava em um banco e morávamos num prédio, em frente a uma praça. Nessa época tínhamos uma empregada, a Deth, das poucas imagens que eu tenho dela eram os cabelos escuros e cacheados, a voz alta e o péssimo gosto musical.
Péssimo porque aos 6 anos eu já tinha um gosto musical latino e refinado. Ouvia os lp’s da minha mãe, meu predileto era o do Gipsy Kings. Colocava no volume máximo, vestia uma saia de prenda e dançava na sala ao redor de uma fogueira imaginária o baila baila baila, baila baila me! Isso sem contar em Fagner, Carlos Oliva y Los Sobrinos, Sandra de Sá e RPM e o famoso Olhar 43. Mais ou menos nesta época meu pai comprou um aparelho completo, com LP, fita k7, rádio, gravador e CD. A coisa mais moderna da época.  Com tudo isso não havia condições de compartilhar a trilha sonora com a Deth, que insistia em escutar a 96 FM, uma rádio lá de Cachoeira que toca sertanejo, gauchesco, Vando, Amado Batista e outros sucessos de gosto duvidoso.

A cena que até hoje assombra minha memória era de todo dia no final da tarde, quando a Deth encerrava seu expediente e eu iniciava meu plantão de espera pela chegada da minha mãe. A Deth se posicionava com o pé na porta e os ouvidos no radinho. O banco fechava as 15hs, até minha mãe fechar o caixa, fazer reunião, sair, passar no mercado e chegar em casa, demorava mais de duas horas. Em horário de verão tinha sol na rua ainda. O ruim era no inverno. A partir das 17hs eu ia para a janela esperar minha mãe. Não tirava o olho da escadaria da pracinha por onde eu sabia que ela ia passar. Enquanto isso a Deth nervosa calculava o horário do ônibus, soltava os cabelos e ouvia as mais pedidas da 96 FM. Nada, poderia ser mais cruel que este momento. Pois no inverno de 1992 uma música do Sérgio Reis fazia muito sucesso e todo o santo dia naquele mesmo horário ela tocava. O refrão dizia assim:

“Chuva fina no meu parabrisaaaa
 Vento de saudade no meu peito
 Visibilidade destorcida, pela lágrima caída
 Pela dor da solidão...

 É chuva no meu parabrisaaa”

Me diz Brasil, o que pode ser mais deprimente do que isso?
Naquela época não havia telefone celular, as vezes minha mãe ligava avisando que ia chegar um pouco mais tarde. Mas as vezes não. Fazia chuva ou sol, lá pontualmente lá estava eu, vendo escurecer, vendo a chuva cair, vendo o vidro da janela ficar embaçado pela minha respiração, vendo os minutos passando, percebendo a ansiedade da Deth e com a sensação de que a mãe só podia ter morrido por tamanha demora. Mais deprimente que isso, era só a chuva fina que insistentemente caia no parabrisa do Sérgio Reis, que tocava ao fundo.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Casamento - mesa de doces


Especial sobre comportamento em eventos e casamentos:

Comporte-se diante da mesa de doces!


Recentemente tive o prazer uma nova experiência: montar a mesa de doces em um casamento. Trabalho com casamentos há alguns anos. Trabalhar no evento dos sonhos da vida de alguém é muito gratificante.

Fiquei cerca de 3 horas em função de escolher e limpar as louças, harmonizar as alturas, abrir as caixas de doces delicados e acomodar mil doces, um a um em seus respectivos lugares. E não é que ficou lindo? (falsa modéstia não é comigo)

Na hora da festa quando a mesa foi liberada, em menos de 5 minutos, eu disse menos de cinco, a mesa estava vazia. Os convidados saquearam a mesa como se os doces fossem moedas de ouro. As pessoas não tinham onde carregar, já que neste tipo de ocasião não são usados pratos, empilhavam no braço esquerdo dobrado, enquanto a mão direita fazia a limpa. Nas mesas dos convidados era um amontoamento de doces finos amassados que dava dó. E essa não foi a única cena que presenciei. Em outra ocasião, os noivos montaram um lindo gazebo com cortinas e flores brancas decorando enquanto os mais diversos doces estavam pousados em lindos suportes provençais. Os convidados desta vez foram mais civilizados. Pegaram os pratos da mesas e fizeram uma fila para acessar o gazebo e se servir de doces. O detalhe é que estava sendo servido em pratos nas mesas, doces mais simples, enquanto o gazebo era mais para efeito de fotos. Do meio da fila em diante os convidados ficaram só na vontade. São tantos os fatos presenciados que achei de grande necessidade este post.

Convidados queridos, ao participarem de um casamento, lembrem-se que a boa educação é mais importante que o modelito de festa e o penteado carregado de laquê. A intenção dos noivos é que os doces escolhidos com tanto carinho, sejam apreciados com tranqüilidade por vocês, enquanto circulam pela festa e se esbaldam na pista. Não saqueie as mesas como se fosse a primeira e única vez que você se vê diante dos doces, pois além de ser uma grande falta de educação, há também a questão do desperdício. Muitos doces ficam pela metade jogado nas mesas por conta da gula de quem nem se preocupou em saber o sabor antes de pegar. Contenha-se e aprecie o que for servido sem desespero. Caso você não tenha o hábito de levar a boa educação aos eventos sociais, reflita se realmente você deve sair de casa. O mesmo vale para fornecedores que estiverem trabalhando na festa. Todos gostam e apreciam as pequenas tentações, mas é importante saber que a festa é para os convidados e que acima de tudo você está lá para trabalhar.

Para os noivos que querem evitar este tipo de situação, fica a sugestão de passar os doces em bandejas ou servi-los em pratos, nas mesas. Ao invés de uma mesa de doces, faça uma mesa de fotos, ou de recados, que também ficarão lindas na decoração e evitará os desperdícios e excessos.

  

PS: Voltarei em breve com mais posts sobre bom comportamento em festas e casamentos. Sugestões de temas?