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sexta-feira, 4 de março de 2016

Sobre amor e outras preguiças



Estava conversando com uma amiga e ela perguntou se eu estava trabalhando, eu disse que sim, estava tendo o trabalho de ler e escrever sobre histórias de amor da vida real. Comentei o quanto reacende a minha fé na humanidade ler as entrevistas que recebo dos meus clientes. E ela, romântica, assim como eu comentou:

Amiga: “Sabe o que eu acho amiga, que hoje em dia as pessoas tem preguiça de conquistar e manter um relacionamento.”

Eu: “É pode ser, preguiça de manter. Mas quem encara muitas vezes se dá bem.”

Se entregar a uma relação é como subir a montanha. Mesmo sabendo que lá no topo tem a vista mais incrível do mundo, encarar a subida e todos os obstáculos do percurso, as vezes, pode ser desanimador.

Tem coisas na vida que se não encararmos na marra vamos passar pela vida sem termos feito. É sempre mais fácil viver uma relação informal e casual, do que assumirmos e começar tudo novo, de novo. Mas e a delícia de ter alguém para compartilhar a vida?
Alguém para pequenos devaneios sob e sobre os lençóis. E a conchinha no frio? (sou do sul, aqui temos mais este apelo) A vida é ainda mais incrível quando abrimos a geladeira e vimos que o outro trouxe do mercado nossa bebida favorita. E os cafés da manhã são mais saborosos quando, entre uma colherada e outra de iogurte, ganha-se um beijo.

Mas, a vida real, especialmente de quem já passou dos trinta, não funciona exatamente assim. É tanto medo, tanta má experiência segurando as rédeas. É tanto impedimento. E tanta ferida pra curar. Que tudo é motivo para por o pé no freio. Por outro lado a pressa do  relógio biológico, fazendo com que promovamos companheiros desinteressados e despreparados.
Na faixa etária que eu imaginada que as pessoas já estariam mais maduras, o que vemos não é exatamente maturidade. Mas sim, os medos promovendo as informalidades e as relações cada vez mais liquidas.

Passei por um longo período solteira, passei por todas as fases da solteirice e o melhor delas foi quando aprendi a ser feliz comigo mesma. Mas, nenhum período da solteirice foi mais gostoso do que ter alguém ao lado para compartilhar o vamos!

Vamos ficar embaixo das cobertas assistindo filmes? Vamos!
Vamos colocar a nossa música e dançar no tapete da sala? Vamos!
Vamos para uma praia diferente e depois para uma cachoeira e depois pausa para o café? Vamos!
Vamos fazer uma viagem sem destino? Vamos!
Vamos adotar um animal de estimação? Vamos compartilhar os dias mais de perto? Vamos tentar ser felizes sem medo? Vamos deixar a preguiça de lado, usar um pouco de amnésia para esquecer do passado e ser feliz enquanto é tempo?

Vamos! Vamos! Vamos!