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sábado, 18 de julho de 2009

A paixão é uma falácia!

Essa semana tive o prazer de ouvir a uma palestra com o psicanalista José Outeiral, o assunto em questão era “O amor e suas diferentes formas”! E dentre as formas do amor apareceu o amor contemporâneo que segundo Outeiral tem as seguintes características:

* Banalização, as pessoas mal se conhecem, não criam laços fortes de sentimento! * Rapidez, os fatos se consomem hoje, amanhã não se toca mais no assunto!
* Pouca duração, poucos encontros que não chegam a virar relacionamentos.
* Ordem de narrativa, COMEÇA NO FIM, VAI ATÉ O MEIO E QUEM SABE UM DIA CHEGA AO INICIO (ótimo ponto de vista)!

E essas pra mim são características que podemos também reconhecer na paixão, aliás é sobre ela que vim falar! Outeiral e eu temos a mesma opinião a respeito da paixão: ela é uma falácia! E todos nós mesmo que de forma involuntária alguma vez na vida já fomos um pouco falaz. Fizemos a projeção daquilo que gostaríamos de encontrar em uma pessoa que em determinado momento se mostrou ser compatível conosco. Fantasiamos aquilo que nos falta e agregamos aquele ser a nossa frente, fazendo dele nosso alvo e a solução das nossas “ausências”!

 Quando isso acontece uma nuvem parece cobrir nossos olhos, nos deixando cegos para a vida real e passamos a enxergar só o que gostaríamos! Tomamos uma descarga de dopamina e passarinhos verdes cruzam diante de nós, ficamos bobos, meio irracionais, tudo remete ao nosso alvo. Daí passam a existir nas nossas vidas seres invisíveis, nós mulheres já estamos tão apaixonadas que já vemos 5cm a mais na altura daquele baixinho caolho, e o olho torto que ele tinha no inicio, passa a ser a coisa mais charmosa do mundo! Os homens encontram uma moleca cheia de curvas e nela já põem uma projeção de mulher. Pronto, diante deles agora aquela moleca está pronta para ser a mãe dos seus filhos e já querem apresentar para a mãe a nora que eles sempre quiseram dar a ela! Bom para essa fantasia virar realidade novamente, basta uns dias de convivência.

Nos primeiros os dois ainda estão inebriados e tudo é um mar de rosas. Em poucas semanas as nuvens que cobrem os olhos começam a se desfazer e entra em cena a dúvida. As questões do tipo: “mas tu não era assim antes” passam a ser freqüentes. Logo após a dúvida vem a dor: os choros são constantes e falar naquele ser que a poucas semanas era praticamente a nona maravilha do mundo (eu já tenho minha oitava maravilha), passa a ser um tormento feito de lembranças e expectativas frustradas! Dói e dói, mas se as mulheres costumam sentir dores e sangrar durante 7 dias e não morrem, certamente não é essa dor causada por uma paixão frustrada que vai matar alguém! Passa, aos poucos passa. Nossos olhos estão livres das nuvens cor de rosa e atentos a vida real. E aquele ser maravilhoso que a pouco tempo atrás era nosso principal alvo, nosso assunto predileto, o motivo dos nossos suspiros e o incentivo para novos planos, passa a ser simplesmente mais um mortal que um dia cruzou nosso caminho.

Os mais evoluídos diante da conscientização da responsabilidade de manifestar algum sentimento a alguém, conseguem manter uma relação de amizade. Os menos evoluídos ainda sentem raiva e preferem bloquear o outro para não mais sofrer.

Mas a paixão pode não ser apenas vilã, se depois da projeção desfeita, aquele ser que escolhemos para estar conosco ainda possuir boas características e se aceitarmos os defeitos e as diferenças a paixão pode estar virando amor. Para reconhecê-lo não é difícil, o amor é tranqüilo, constante, presente mesmo quando ausente, ele nos ensina a perdoar e a enfrentar novos desafios que possam existir na vida a dois. O amor sempre vale a pena, principalmente quando acompanhado da lucidez, da paciência, e do respeito!

Quanto a paixão, ainda acho bem mais válido e menos doloroso apaixonar-nos por lugares, que nos deixam com vontade de voltar, por filmes capazes de mexer com nossas emoções, por um prato novo de sabor marcante que vai ficar na memória até voltar novamente aquele restaurante, por um livro que lemos e destacamos muitas linhas em suas páginas, por uma música que nos faz dar o play e o replay para cantar bem forte e bem alto, por um projeto que vai fazer com que todas as nossas forças sejam movidas para sua realização...

Nós serem humanos somos extremamente volúveis e inconstantes, sendo assim se apaixonar por qualquer um de nós pode ser um perigo! Mas que graça teria a vida sem as emoções que vivemos e limonadas que bebemos?

4 comentários:

  1. Bem que a Bebel te avisou!
    Beijos Pam

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  2. é a realidade das mulheres infelizmente!
    Adorei o que escreveeu! Atoorroo teu perigon!
    beijo

    e o Adevir pode tá chegando, quando vc menos esperar ele vai tá batendo na tua porta!

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  3. Melhor texto deste blog. Disparado! Master ultra super pimpa! Dé-lhe Niqui! Adorável!

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  4. rapaz, esse texto é perfeito *o*
    parabéns.

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