Eu não sou para namorar
Se namoro é rotina, posse, ciúmes, obsessão, prisão e outras esquizofrenias, definitivamente eu não sou para namorar.
Não sou para namorar, as namoradas de hoje em dia andam muito assoberbadas vigiando orkuts e pedindo relatório de atividades e companhias. Eu sou aquela que divide as coisas boas, a que transmite boas energias, a que planeja um jantar delicioso, a viagem no feriado, a que espera de braços abertos, linda e “prifumada”, sou aquela que deseja conhecer, ouvir, ajudar, aquela que faz um grande esforço para compreender e dá 5 dedos para não se incomodar!
Eu sou para contar as horas para ser vista, para provocar e sentir frio na barriga, para olhar nos olhos, para ser motivo de suspiros, para ficar conversando durante horas, para fazer rir, para ser pega de jeito, para surpreender!Para pôr em prática a cumplicidade e a intimidade...Eu sou para inspirar, para receber flores, para receber todos os mimos que eu tiver direito. Para ser musa inspiradora de músicas cheias de amor!Sou para o intimo, a dois, a sós, peles e corpos ávidos, calafrios, após suor e braços.
Não sou perfeita, pois sou aquela que deseja massagem depois de um dia cansativo, que deseja sorrisos e beijos no lugar de discussões, que quer colo quando estiver carente, que deseja ouvir somente a verdade e nada mais que a verdade, aquela cheia de caprichos e manias, mas que são resolvidas com uma palavra chamada RESPEITO
Os namoros atuais são feitos de muitas amarras, posse e repreensão. E a única coisa que pode me prender é a liberdade. Para ir e vir a hora que bem entende-se, para comunicar-me de todas as formas principalmente com seres do sexo oposto ao meu, para dizer o que pensa, para viver as diferenças, para respeitar o espaço do outro!
Homens queridos, todas menos eu. Mantenham suas esquizofrenias longe de mim. Sou feita da consciência de que ninguém pertence a ninguém.A lealdade, bem como a fidelidade existem sim, mas de forma espontânea, afinal , não temos posse, nem controle sobre os desejos, atos e pensamentos do outro.
Não fui feita para namorar e sim para desfrutar das melhores coisas da vida ao lado de alguém que acima de tudo me respeita, para juntos vivermos algo cujo rótulo não foi inventado ainda!
(Nicole Názer- 5/1/2008)
É engraçado que ninguém tenha comentado justamente esse texto. Pode ser preguiça de lê-lo ou medo mesmo (aposto mais na segunda hipótese francamente).
ResponderExcluirNique, vivemos num mundo liberal, agimos de maneira liberal mas assumimos o discurso conservador.
Ora bolas, como num mundo liberal (onde ninguém é de ninguém) temos um referencial de compromisso? Como é que se sobrevive sem ter alguém para chamar de seu? (Sem possessividades)
A esquizofrenia: sintoma que aliás fostes muito feliz em utilizar, pois traduz perfeitamente o sentimento persistente; o diabinho no ombro direito soprando besteiras nos nossos ouvidos.
Mas vamos nos tornar um pouco advogados do diabo nesse momento. Qual a causa dessa obsessão por controle? O que origina isso? Muito tenho observado pessoas cujos discursos diferem de suas ações. Como ficar tranquilo ante tal fato?
Por fim, qual o problema com o rótulo? Como disse Sheakespeare: O que é que há, pois, num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem.