Peripécias na cozinha!

Não sei o que anda acontecendo comigo, mas de umas duas semanas pra cá aqueles saudáveis surtos de chef vem se repetindo diariamente.
O sol começa a se pôr e lá me vou para a cozinha. O mercado público tem me visto mais que o Zaffari. Aliás sou muito fã do mercado público (de Porto Alegre), variedade, bons preços, tudo fresquinho e isso sem contar no charme do lugar. Gordura trans faz tempo que não entra nessa casa, a geladeira parece uma horta, a fruteira está mega colorida e minha mãe e minha irmã deleitam-se com minhas peripécias. Não acompanho nenhum tipo de livro de receitas, vem tudo do instinto ou melhor do desejo: Saladas e mais saladas, sucos com combinações e ingredientes cada dia mais ousados, risoto de salmão e primavera, frango com queijo cremoso, pastel de maçã, bolo (abatumado) de morango com chocolate entre outras delicias!
Ta bom, mas nem tudo é perfeito, vou contar uns casos:

Primeiro risoto: Uma amiga ia dormir na minha casa, fui ao super para comprar umas coisinhas para recebê-la, a idéia inicial era pizza congelada. Mas um deseeeejo de comer risoto me perseguia a dias, abortei a pizza e fui comprar arroz: “Bah será q sei fazer arroz? Ta mas risoto do que?” O que posso misturar com esse arroz? Já sei, salmão. Pedi para o moço cortar e pesar o filé do peixe. Escolhi um mix de ervas frescas. Descolei um molho branco de caixinha e fui correndo para casa. Tirei o salmão da embalagem e quase perguntei pra ele como podia prepará-lo! O arroz ficou melhor que a encomenda, li direitinho as instruções na embalagem! As ervas foram fundamentais e o resultado foi indescritível. Nem eu acreditava que tinha feito tudo aquilo. A amiga aprovou (primeira cobaia, mal sabia ela. hehehe)

Uvas direto da parreira: Minha mãe e eu sempre consumimos a fruta no verão. Comprei uns cachos e antes de guardá-los fui lavar, no segundo cacho durante uma lavagem minuciosa percebi algo se mexendo entre as uvas, olhei mais de perto e dei de cara com um “bicho cabeludo” (chamava assim quando era criança, mas o nome dele acho que é taturana). Aaaaah que nooojo, não tive coragem de tirá-lo do cacho e na hora do pavor resolvi pôr tudo no lixo (ps : dentro do lixo tinham só cascas de limão).Um certo alguém chegou em casa, reparou aquele cacho inteirinho de uvas lindas e maduras, imaginou que elas estavam ali por engano, as retirou, viu que não tinha nada de errado, lavou e consumiu. Quando eu cheguei e vi só as cascas não acreditei, sim as uvas foram consumidas e o "bicho cabeludo" ninguém sabe ninguém viu!!!

Couve e mostarda: Escolhendo os ingredientes para a salada e dou de cara com a mostarda e penso: "Uau, vou inovar meu mix de folhas!"A alface roxa já estava no carrinho, quando dei de cara com a couve. Achei a folha um pouco grossa, mas já para carrinho.Na hora de preparar a salada lavei as folhas e cortei todas como de costume, completei com tomates cereja e cubos de ricota, chamei a mãe e a Ju e vamos comer.Minha mãe na primeira garfada diz: Aiiii tem limão? Eu respondo: Não! Porque? Ela completa: Tem uma coisa muito forte aqui, ardeu a língua! Fui provar e nem tive coragem de engolir, mostarda crua é de matar e a couve crua então?! Tive a terrível sensação de estar comendo uma folha daquela planta "comigo-ninguém-pode". Bom ainda bem que para nossa salvação tinham os tomates cereja e os cubos de ricota.
Isso que dá marinheira de primeira viagem!

Bom estou criando coragem para aprender a fazer feijão e bife de fígado. Parei de comer carne vermelha a alguns anos, por isso preciso enriquecer minha alimentação consumindo ferro, e estes dois alimentos são fontes importantes. O feijão já já eu me arrisco. Mas o fígado (mesmo sendo carne vermelha) ainda prefiro consumir pronto e sem pensar muito.

Alguém faz pra mim por favor?
E já que estou em clima de gourmet: VOLTAREMOS!!!