Semana passada fomos todos surpreendidos com a atitude do jogador Mário Fernandes escalado para ser lateral da seleção que iria enfrentar a eterna rival seleção argentina. O jogador recusou a uma das vagas mais desejadas por todos os jogadores do pais.
Minha primeira reação foi pensar “amarelou para a amarelinha”. É, nós seres humanos e o comum hábito de pré conceituar. Comentei com minha mãe que teve uma opinião contrária a minha, e só me restou refletir.
Quantas vezes assumimos riscos sem medirmos as conseqüências? Nos julgamos preparados mas quando o circo pega fogo é que constatamos nosso despreparo. Quantos políticos se candidatam e se elegem sem ao menos saber o que farão de fato nos futuros cargos que irão ocupar? Quantos pais que mal organizam suas vidas
querem educar e organizar a vida dos filhos?
É necessário ser ousado, mas é mais necessário ainda estar consciente das possíveis conseqüências de tal ousadia.
Todos nós quando assumimos um papel recebemos com ele uma carga de expectativa e responsabilidade.
Um jogador quando escalado recebe uma carga de responsabilidade e expectativa, do técnico, dos colegas, da torcida e no caso da seleção brasileira, é de toda a nação. É preciso estar preparado antes de entrar em campo. Não só preparo técnico e fisico, mas principalmente psicológico para encarar toda a pressão do jogo.
Há pouco tempo atrás no banheiro de um aeroporto fui surpreendida por uma voz afinadíssima. A dona da voz era a moça responsável pela limpeza. Saindo da cabine não pude ficar indiferente e a elogiei. Curiosa indaguei se ela já havia procurado uma maneira de divulgar tamanho talento. Comentei sobre aquele programa Idolos, brinquei que ela devia se inscrever. Ela me respondeu com um sorriso tímido e disse que já havia se inscrito e participado do programa. Aproveitando a confissão fui a diante e perguntei como havia sido o desempenho dela no programa. Ela disse que chegou até o estágio do teatro, restrito a cerca de 20 participantes e pediu para sair do programa dizendo que não se sentia psicologicamente preparada para tudo o que estava acontecendo. Considerando o fato de ela ser uma pessoa super simples que canta mas nunca havia estado no palco. Que trabalha em um aeroporto mas nunca havia andado de avião. Que foi tímida ao conversar comigo e se viu exposta a uma emissora de televisão, é de fato muita mudança. Nem todo mundo está preparado para encarar tudo ao mesmo tempo.
Mais raro que ver alguém desistindo de entrar em campo, é ver alguém reconhecendo não estar preparado para assumir tal responsabilidade. É raro, levando em conta que estamos em um mundo onde muitos buscam status, prestigio e visibilidade. Em mundo onde se cultuam mais as celebridades do que os talentos.
É necessário colocar a ousadia, a atitude e a coragem em campo. Mas também é importante não se fazer ausente no campo da humildade e reconhecermos que não somos super heróis prontos para encarar a tudo! Amarelar, de vez em quando é necessário!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Amarelar
Da filosofia a fotografia. De contar histórias a viajar pelo mundo para descobrir novos protagonistas. É a vida real que me faz ilimitada!
Nicole Nazer
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