Hoje mais do que nunca, acordei desejando ir. Ir mais longe. Ir, nem sei para onde. Simplesmente ir.
Há alguns anos assino uma revista que adoro, Viagem e Turismo. E todos os meses quando chega uma nova edição viajo pelas páginas e em cada uma delas me pergunto: Até quando vou só sonhar?
Minha revista é também uma ferramenta de inquietação. É como se todos os meses chegasse em minha porta um questionamento do que eu tenho feito para ir de encontro aos meus desejos.
Tenho desejos de Brasil, mas um Brasil longe das grandes capitais. Brasil rodoviário, para ir parando pelo caminho, contemplando a vista pela janela e aprendendo um português regional, de gente que mora tão perto e ao mesmo tempo vive em realidade distante.
Quanto mais exótico o destino mais prazer eu sinto em sonhar com ele. Sudeste da Ásia me leva ao delírio. Pelo exotismo do povo, pelas caras diferentes, pelo colorido das roupas, pelas peculiaridades das idiomas e o mistério das culturas. Quero as ilhas do Pacífico. Para navegar em uma imensidão azul, onde o céu se encontra com o mar. Quero mediterrâneo também. Um pouco de África e um pouco de Europa. Grego, Italiano, Espanhol, Egípcio, Marroquino, com um pouco de terra e um pouco de mar.
Que falta me faz a coragem de largar tudo e pegar uma estrada sem rumo definido. Para me perder, só pelo prazer de me reencontrar. Porém, no lugar da coragem, tenho dois pés no chão e uma sobrancelha levantada, que é para ilustrar minha cara de desconfiada diante de tudo aquilo que não me parece seguro.
Mas não posso reclamar. A cidade que escolhi para morar é dos sonhos. Trata-se de uma ilha no oceano Atlântico. Bem made in Brasil mesmo. Onde há infinitas praias. Inúmeras trilhas. Gente de toda a parte do mundo vem pra cá. E como se tudo isso não bastasse ainda moro em uma Lagoa que fica escondida atrás de um morro. Todo dia quando desço o morro a caminho de casa, faço uma breve oração de agradecimento por estar lá. Onde moro é um presente.
Porém hoje acordei com vontade de mundo. De saber se além da ilha ele é tão lindo quanto parece ser em meu sonhos. Acordei com vontade de ir, talvez pelo prazer de voltar e redescobrir que aqui é meu lugar.
Esse teu texto me emocionou, pq também compartilho das mesmas ideias e desejos. Morro de vontade de sair pelo mundo, conhecendo lugares exóticos, do tipo que poucas pessoas tenham curiosidade de ir. Queria conhecer as tribos africanas, vilas de pescadores, ilhas muito distantes. Eu teria coragem se fosse uma pessoa sozinha, se não tivesse um filho. Mas acho que ainda terei tempo, assim como sei que um dia desses você irá também e eu estarei aqui na plateia da vida aplaudindo suas conquistas.
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