O dia de ontem foi excelente, cheio de pequenas e grandes surpresas. Vi as coisas boas que estou semeando começando a brotar e tive retornos positivos de outros projetos também.
O momento que mais me chamou a atenção foi no final da tarde ao sair do trabalho. Passei em casa, coisa que normalmente não tenho o hábito de fazer, encontrei meu amado avô, troquei o uniforme corporativo por uma peça mais confortável e calcei um par de chinelos. De mochila nas costas e já no caminho me vi de fora e me achei um luxo. Um luxo pelo lugar em que eu estava, por morar próximo do trabalho, pelo sol lindo que iluminava aquele final de tarde, por me sentir confortável, por estar indo para uma excelente instituição de ensino e o melhor, sem ter que fazer mágica no final do mês para pagar a mensalidade. Neste momento todas aquelas sutilezas eram o novo sinônimo de luxo. Me senti coberta de felicidade e gratidão por tudo aquilo.
Já faz um tempo que eu conclui que felicidade faz rima com simplicidade. Cheguei a esta conclusão quando troquei uma vida acomodada em uma cidade urbana, pelo desafio de começar do zero em uma ilha, onde faço as mesmas atividades com a vantagem do contato constante com a natureza. Foi quando me despi de um estereótipo padrão de vaidade para me vestir de mim mesma, com todo meu charme e meus tantos defeitos. Foi também quando eu parei de buscar um emprego e fui em busca de atividades cujo o prazer é maior que a remuneração. Mas nada foi melhor do que o momento em que percebi que estava na hora de mandar embora os ressentimentos, os maus entendimentos e dar um fim aquelas histórias dolorosas que habitavam em mim.
Aquelas substâncias auto corrosivas chamadas ressentimento e rancor foram definitivamente expulsas da minha vida. Tomei esta decisão no sábio momento em que conclui que enquanto eu estava lá envolta naquela nuvem de maus sentimentos o alvo do rancor devia estar gozando da sua felicidade, sem ser atingido pela minha nuvem. Foi duro, mas se alguém tem que dominar esta história, este alguém sou eu e, não o que me faz mal.
Somos usinas geradoras de energia, e cabe a nós decidirmos onde ela será usada. A energia que desperdiçamos com coisas improdutivas não trará nenhum retorno. Assim como o tempo que desperdiçamos com maus pensamentos, más ações e outros maus empregos, também não há como ser recuperado.
Há uma frase do célebre Jean Paul Sartre que diz: “Não importa o que fizeram com você, mas sim o que você fez com aquilo que fizeram com você.”
Jogaram pedras? As pedras que apareceram no meu caminho serviram para serem colocadas em cima das histórias do passado. Recebeu limões azedos? Os limões que me foram ofertados, serviram para deliciosas limonadas, mousses e para me enriquecer de vitamina C. Tentaram te ridicularizar? Haja com elegância e nem pense em pagar na mesma moeda, desta forma ficará claro que o ridículo da história é quem não soube se controlar e não o alvo do descontrole.
Tudo o que aprendi não foi só no amor, foi na dor também, foi quebrando a cara. Decidi abolir o salto alto depois de muito ver meus pés machucados. Decidi não dar enfase ao que não me agrega coisas boas depois de muita energia desperdiçada. Decidi ser mais paciente com as limitações do outro, depois que observei o quão limitada ainda sou. E das coisas que tenho plantado, só coisas boas tenho colhido. Nada muito grandioso. Mas suficientes para estampar sorrisos no meu rosto e que principalmente trazer ainda mais paz ao meu espírito. Isso sim é luxo. E para quem não faz questão de luxo, isso é simplesmente felicidade.
Essa é a minha versão de boa colheita. Reconhecer o que tem que ser extraído e o que deve ser cultivado. E tu? O que tens colhido? Já parou para pensar no que tens plantado?
Essa é a minha versão de boa colheita. Reconhecer o que tem que ser extraído e o que deve ser cultivado. E tu? O que tens colhido? Já parou para pensar no que tens plantado?
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