Confissão

Acabo de me sentir invadida, Martha Medeiros escreveu neste último domingo uma crônica que visitou minhas lembranças intimas e mexeu em meu baú de delicias vividas.
Sou a primeira a declarar minha liberdade e minha solteirice, neste papel a 5 anos sou a primeira a acolher e fortalecer com minhas palavras aquelas que estão saindo de relacionamentos. Eu a rainha do “se cansar a beleza eu caio fora” me vi a poucos minutos sensibilizada da parte feliz de namorar, aliás que verbo gostoso de conjugar. Ao invés de fazer um pedido de namoro convencional poríamos dizer: Quer conjugar o verbo NAMORAR comigo na prática?
Dona do meu nariz e administradora da minha própria liberdade resgatei em minhas lembranças do passado a dor e a delicia de namorar. Cada um na sua casa, com a sua vida contando as horas para se ver. Namorar é ter uma inspiração nova para escrever cartas e espalhar bilhetinhos, é o calor humano para os dias frios e o calor incendiário resultante do encontro de dois corpos ávidos. È um pretexto para estar com a depilação em dia e encher a gaveta de lingeries novas. É a compreensão dos projetos, da grana curta, é gentileza de puxar a cadeira. Namorar é fazer parte de uma nova família, um final de semana com almoço lá em casa na outra semana na tua. É o ciuminho controlado, é o beiço desmanchado com beijos, é o passeio de mãos dadas...
É ele encontrar as meias na gaveta dela é ela dividir a pasta de dentes com ele.
É a carona na garupa, é o olhar na mesma direção que sonha com um pra sempre mesmo sabendo que este pra sempre um dia acaba!

E voltando a falar da personagem que inspirou este texto que por coincidencia é a mesma que o escreve, aquela pessoa difícil, fazida, cautelosa, observadora, que se sente feliz com sua própria companhia e que no fundo no fundo por trás desta fortaleza de segurança e liberdade esconde um sincero desejo de acordar abraçada em alguém, de chegar em casa tomar um banho e “se arrumar e ficar linda por que ele está chegando ai”, ela também é romântica e isso é fácil de perceber ela também adoraria conjugar na prática o verbo namorar.
O que falta para isso? Conquista, tudo na vida se conquista!
É só chegar com aquele jeito de quem não quer nada...