Sou míope e não enxergo quase nada que não esteja a um palmo distante do meu nariz sem meus óculos. Pois agora os tirei para limpar e poucos segundos depois surge em minha frente um vulto, e uma voz do além, dizendo: “já venho aqui para acertamos aquela questão!” Eu não o estava vendo, mas o ouvia. Não sabia nem ao certo se meus olhos estavam sendo apontados na direção dele, e para não ter dúvidas coloquei novamente o óculos, sujo e embaçado mesmo, para saber quem era antes de responder.
É engraçado. Quem está de fora não tem a consciência do que é tirar o óculos e simplesmente não enxergar. Quando quero brincar de ser invisível saio sem óculos. Na verdade o mundo fica invisível para mim. Eu porém, continuo visível para o mundo. É como se “não vejo, logo, não existo.” Porém existo e todos ao meu redor estão me vendo. (exceto se forem mais míopes que eu.)
Quando desfrutarmos diariamente da visão, não imaginarmos o que é perdê-la. Mesmo que parcialmente.
E se ficássemos cegos de uma ora para outra? E se passássemos a ser dependente de alguém de boa vontade capaz de nos guiar e nos ajudar nas necessidades mais simples?
Com a ausência deste sentido tão importante nos obrigaríamos a ocupar a vida com coisas mais úteis do que ficar horas em frente ao um computador desperdiçando vitalidade na time line de alguma rede social. Assistíamos menos televisão e escutaríamos mais música. Perderíamos também o prazer da leitura. E para substituí-la, o que fazer? Estudar iria ser possível só em escolas e universidades adaptadas e com professores de muito boa vontade. Será possível?
Com a ausência deste sentido tão importante nos obrigaríamos a ocupar a vida com coisas mais úteis do que ficar horas em frente ao um computador desperdiçando vitalidade na time line de alguma rede social. Assistíamos menos televisão e escutaríamos mais música. Perderíamos também o prazer da leitura. E para substituí-la, o que fazer? Estudar iria ser possível só em escolas e universidades adaptadas e com professores de muito boa vontade. Será possível?
O paladar e o olfato tornar-se-iam mais aguçados. Reconheceríamos as pessoas pelo cheiro. Nossas mãos seriam nossos olhos. A sensibilidade na ponta dos dedos seria a nova visão.Tocaríamos mais o próximo. Aquele toque com vontade que as vezes parece quase extinto. Sem a visão, a audição seria bússola. Responsável por direcionarmos através dos sons. E com a impossibilidade de reconhecer as expressões faciais interpretaríamos as palavras pelo tom da voz.
A visão é um sentido sem dúvida valoroso. Há pelo mundo incontáveis motivos capazes de provocar uma festa em nossos olhos. E por usarmos tanto os olhos, os demais sentidos passam a ficar em segundo plano.
Para quem não usa óculos, e não conhece a sensação de ficar cego por alguns instantes eu recomendo que coloque uma venda e vá fazer suas atividades cotidianas com a ausência da visão. É um simples exercício que faz com que passemos a ter uma nova percepção, de tudo. Mostra o quão dependentes somos, testa nossos limites e também a paciência. É um exercício de auto descoberta. Feche os olhos e experimente-se!
Para quem não usa óculos, e não conhece a sensação de ficar cego por alguns instantes eu recomendo que coloque uma venda e vá fazer suas atividades cotidianas com a ausência da visão. É um simples exercício que faz com que passemos a ter uma nova percepção, de tudo. Mostra o quão dependentes somos, testa nossos limites e também a paciência. É um exercício de auto descoberta. Feche os olhos e experimente-se!
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