Aqui tem mais!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Cruzando fronteiras

Todos os meses quando no conforto do meu lar chegava minha revista favorita que sempre estampava as paisagens e destinos mais lindo do mundo eu me fazia a mesma pergunta: até quando eu vou só sonhar?
Foi neste ano, que por coincidência o ano que traz meu número da sorte. Que finalmente encontrei a resposta. Hora de realizar, não estou só sonhando. Entrei de gaiata no navio e não foi pelo cano. Trabalho muuuito. Como nunca trabalhei na vida. Se eu contar que limpo, varro, atendo em 3 idiomas, sirvo, carrego bandejas pesadas, equilibro pratos, limpo taças, e outras maravilhas que ninguém (inclusive eu) acreditaria. Mas acredite, o trabalho é duro e eu descobri que não sou mole. Em nenhum momento eu me senti menos ou humilhada pelo trabalho. Pelo contrário, parece que quando trabalhar em restaurante, seja servindo ou recolhendo caquinhas e farelos, é um bom exercício de humildade. 

Em contrapartida comprovei que o mediterrâneo é tão azul quanto nas fotos. Santorini ao vivo levou todos os meus suspiros. A Acrópole tem uma energia inerrável, especialmente para uma acadêmica de filosofia. Malta é de fato onde quero fazer meu intercâmbio, pude comprovar isso no tour de duas horas onde tive um panorama sobre o país. A Italia tem um gelatto deliciooooso, que só aumentou a minha lista de motivos para voltar. E se eu tivesse cruzado o estreito de Bósforo poderia ter dito que já fui a Asia, mas minha Istambul ficou só no lado europeu. Negociar com um turco de fato é uma tarefa árdua. Mas gastei mais saliva do que liras. O suco de romã fresco que se toma nas ruas da Turquia fica ainda mais gostoso de adicionar um pouco de água. Os gregos não são chamados de deuses por acaso. Os calamaritos da Espanha vão morar eternamente na memória do meu paladar. Os camelinhos da Tunisia que me esperem para que na próxima vez eu possa dar uma voltinha. Buenos Aires é mais quente que eu lembrava e os archentinos continuam combinando calça caqui com camisa azul. Lisboa é a cidade mais linda que estive nesses dias. Ah, e de fato, não coma o pastel de Belém frio, quentinho e feito na hora é muuuito melhor. Meu inglês a la "the books on the table" passou a ser um pouco menos vergonhoso, mas ainda está longe do ideal que desejo. 

De todas as versões de mim que encontrei nos últimos tempos ainda não descobri qual foi a melhor, continuo me colocando a prova. Me sinto destemida. Especialmente agora que navegamos em águas brasileiras que teoricamente temos órgãos que nos protegem. De todas as fronteiras que atravessei nenhuma foi mais satisfatória do que a que separa o sonho da realidade. A coragem e a atitude foram as melhores conselheiras que tive neste ano. E se parece que falta um pouco de romance nesta história, o jejum de 8 anos e 5 meses de singularidades foi quebrado. Romance era tudo o que eu não queria quando iniciei esta nova jornada. Hoje vejo que nem tudo é o que queremos, as vezes é simplesmente o que merecemos. E não poderia ser melhor!

Estou encerrando não só um ano, mas também um ciclo. Talvez 2013 tenha sido o melhor ano da minha vida. Foi o ano que me abri para realizar. Me tirei do papel e por consequência tive tudo o que mereci. 
Estou caminhando rumo a 2014. Rumo a continuidade e ao encontro de todas as fronteiras que separam os sonhos da realidade. 

E se eu puder dar só um conselho: realize-se!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Adoro comentários. Este espaço é para você deixar o seu!