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terça-feira, 27 de julho de 2010

Imã

Quando eu era criança, entre tantas outras dúvidas que tinha, uma das que mais me intrigava era, como alguém pode namorar?! Com tantas e tantas pessoas no mundo como é que eu vou gostar daquele cara, justamente daquele que também gosta de mim? As opções eram inúmeras, parecia que algumas pessoas usavam um imã para fazer com que, quem elas desejassem se apaixonassem por elas e não pelas outras milhares que haviam ao redor!

Eu tive várias paixonites não correspondidas, assim como não correspondi a várias outras. Na escola lembro-me bem de um episódio vivido na lá pela quarta série. Havia um menino chamado Alê*, que estudava na mesma série que eu, porém em outra turma. De todas as meninas da escola ele "decidiu" que era por mim que ele estava apaixonado. Sofri o penalti! Lembro da vigília durante o recreio, dos recados enviados pela irmã mais nova, da mãe dele contando a minha mãe em uma apresentação que ele só falava em mim e a mais marcante das manifestações de interesse: a redação! Todo o ano a quarta série publicava um pequeno livro de redações, cada aluno tinha direito de escrever uma com o tema livre. E adivinhem qual foi o tema do dito cujo? Sim querido leitor, eu! Tive a honra de ser o tema da redação dele, era a protagonista da história de amor imaginária escrita por um moleque de 10 anos. Quando o livro foi publicado e todos os colegas leram a tal história eu queria férias e sumir do mapa, era o assunto entre alunos e professores, acho que as sobrancelhas arqueadas e os lábios cerrados f
oram a minha melhor resposta para todos os comentários. Mas isso foi a mais de uma década atrás. E apesar do tempo ter passado, pouca coisa evoluiu. Os protagonistas até mudam, mas as histórias se repetem.
Quantos de nós escrevemos histórias de amor imaginárias com aquele certo alguém que nem nos dá bola? Levanta a mão quem nunca sonhou em viver uma história ou um simples affair com aquele alguém que se mostra difícil e desatento as nossas manifestações de interesse? Ei não estou vendo ninguém com a mão levantada!

Por que nos atraímos por aquele alguém que não está atraído por nós?
E por que nos distanciamos daqueles que estão na nossa, tipo o imã da tele-entrega do gás na porta da geladeira? Com aquela mensagem subliminar de quem diz "quando tu precisar de mim estarei aqui te esperando"! Por que é que a gente foge do que quer nos atrair?
Eu sou dessas, se chega com aquele jeito de quem não quer nada, vai me ganhando aos poucos, se chega se mostrando a disposição eu me mostro indisponível.
A impressão é que gostamos sempre do impossível. A grama do vizinho é mais verde, era aquela grama que eu queria para mim! Quanto mais um diz que não, mas o outro deseja o sim!


Eu como mera aprendiz não posso e nem darei nenhuma conclusão sobre estas questões. Mas deixo aqui uma sugestão: se rolar um sinal de vida la do outro lado dê o primeiro passo e espere que ele venha a sua direção, assim não há risco de um atropelamento, mas sim de um encontro. 50% para cada lado é muito justo, ambos tem a sensação de terem e de serem conquistados.

E ai? Vamos nos permitir?



*Alê, para preservar a identidade do moço!
(Gostou? Comente e divulgue a quem possa gostar também!)

Um comentário:

  1. LENDO ESTE, ME PASSA UM FILME DESSA INFÂNCIA DE PAIXONITES....TEMPOS ESSES QUE SE FORAM, E FICAM SÓ AS LEMBRANÇAS BOAS, DAS RISADAS NO QUARTO DA BRUNA E DE COMO EU BRIGAVA COM ESSAS DUAS PARA NÃO FAZEREM ALGAZARRAS....
    PARABÉNS, SUCESSO P/ TI.BJSSS.....
    MARTINHA

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